O Barão de Itapemirim

ENCANTOS DO VALE - É uma web série documental composta por dez (10) episódios, versando sobre a história do Vale do Itapemirim. A série utilizará a literatura como ferramenta central na sua estrutura narrativa. O universo literário abordado pelo documentário promoverá um olhar crítico sobre dez livros e seus autores de grande destaque na Região Sul e no Estado. Renomados escritores, educadores e historiadores de Marataízes/Itapemirim e do Estado do Espírito Santo apresentarão em cada episódio da web série, curiosidades históricas e culturais, sociais e políticas. A série Pretende alinhar uma trajetória documental de nossa raiz e identidade histórica, desde o Século XIX, perfilando o século passado e chegando até os dias atuais. A série “ Encantos do Vale ” irá produzir um total de dez depoimentos de célebres convidados em abordagem e análise dos autores e suas obras que destacam histórias de Marataízes e do Vale do Itapemirim. O documentário apresentará rigor de fatos e personagens importantes, precisão literária, concisão de depoimentos de autoridades, coesão de documentos fotográficos que assegurem o reconhecimento material e imaterial da nossa história. Um dos episódios conta com a participação de nossa pesquisadora LARYSSA DA SILVA MACHADO com o título O BARÃO DE ITAPEMIRIM E SUAS CONTRADIÇÕES JOAQUIM MARCELINO DA SILVA LIMA -

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O BARÃO DE ITAPEMIRIM E SUAS CONTRADIÇÕES JOAQUIM MARCELINO DA SILVA LIMA - EPISÓDIO 10 Joaquim Marcelino da Silva Lima, conhecido como o Barão de Itapemirim, construiu sua carreira política e econômica nas terras capixabas. Nascido na capitania paulista, muda-se para o Espírito Santo ainda criança e, como um “bandeirante do século XIX”, alcança riqueza e prestígio político, ao ponto de ser o maior fazendeiro do Vale do Itapemirim e receber o título nobre de barão. Sua carreira política é marcada por episódios importantes: foi escolhido para ir a Corte representar a vila de Itapemirim durante a independência, foi Diretor Geral dos índios Purys do Aldeamento Imperial Afonsino, ocupou o posto de Vice-presidente da Província do Espírito Santo por oito vezes, e em várias ocasiões esteve a frente do cargo, foi um dos patrocinadores da visita do imperador as terras capixabas, e durante a epidemia de cólera em 1855, clamou a D. Pedro II sobre a fome que assolava a população e este respondeu com envio de alimento de sua dispensa. Economicamente era próspero. Sua fazenda Muqui possuía, em 1833, 304 cativos, engenho de açúcar e cachaça, máquina de serra, balandeira, lavouras de cana, além de 592 animais, dentre eles um urso panda. Recebeu visitas ilustres, como o fotógrafo Victor Frond e o barão suíço Johann Jakob vonTschud, dentre outros. Sua vida pública, porém, não se resume apenas a glórias. Seu nome esteve envolvido em denúncias envolvendo o tráfico ilegal de cativos após 1850, e é reconhecido dentro da historiografia tradicional capixaba como “um dos maiores negreiros do Sudeste” e “negociante de escravos e apaniguador de negreiros” . As denúncias que envolvem seu nome foram realizadas por seus desafetos políticos, os “Moços da Areia”, membros da família Gomes Bittencourt. Em sua escravaria, encontram-se muitas famílias cativas. O registro feito por Victor Frond em 1860 mostra que a senzala de sua fazenda era dividida em várias pequenas casas. É lógico que, o fato de permitir aos seus cativos a possibilidade de instituir famílias não apaga sua história como maior escravocrata da região. Mas, é importante lembrar que, como homem do seu tempo, Silva Lima não pode ser taxado como herói nem vilão. Suas boas ações não apagam suas ações condenadas, e vice-versa. A história não tem por objetivo exaltar heróis nem apagar vilões, apenas analisar a vida de homens e mulheres de acordo com seu tempo e sua realidade. Escrito por Laryssa da Silva Machado. Laryssa é historiadora, Mestre em História pela UFES e professora da Escola Municipal José Marcelino em Marataízes/ES. " Aqui encerra o documentário ' Encantos do Vale ' contemplado pela Lei Federal Aldir Blanc, através da Prefeitura Municipal de Marataízes e Secretaria de Turismo, Cultura e Patrimônio Histórico.

A Saber: dez(10) episódios em um total de quinze (15) vídeos;
Realização e execução: Academia Marataizense de Letras Filmagem
Edição: João Victor Barbosa Edição 02 episódios: Jhon Adão.

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